quarta-feira, 25 de junho de 2008

Comunicação Virtual

Estudiosos da comunicação acreditam que a idéia do vínculo social pela Internet começou com o e-mail, que trouxe a resposta rápida que a carta não tinha. Logo as pessoas perceberam que poderiam trocar mensagens o dia inteiro, mas o hábito da "conversa teclada" teria surgido com as antigas salas de bate-papo na década de 90, onde era preciso marcar hora de encontro e a conversa acontecia num ambiente aberto a qualquer internauta.
Na esteira das conturbadas salas, a novidade veio com os comunicadores instantâneos, que permitiram teclar reservadamente com contatos já estabelecidos, ao mesmo tempo em que se navegava pela Internet. Primeiro, o ICQ, depois, o MSN Messenger.
Para a professora Rosana Soares Lima, da Escola de Comunicações e Artes, a tecnologia continuou sendo aprimorada a partir da necessidade de agregar contatos e aumentar cada vez mais o círculo social. "Esse é o contexto do surgimento do Orkut, já que é uma rede amplificada dos amigos e comunidades nas quais vou me inscrevendo", conta ela.
Contrariando a professora, o sociólogo Álvaro Gullo acredita que a comunicação virtual esteja crescendo como conseqüência da dificuldade do contato humano e pessoal na sociedade moderna, que "isola os indivíduos pela solidão, interesse e individualidade". Para Gullo, a relação comunitária procurada na Internet está perdida, e hoje não é mais possível de forma alguma.
Paixão virtual
A Internet pode ser eficiente inclusive para encontrar o "par perfeito", defende Esdras Vasconcelos, psicólogo especialista em relacionamento amoroso pelo Instituto de Psicologia. "Um estudo da Universidade de John Hopkings mostrou que 38% das pessoas que se conhecem na rede marcam um encontro pessoal. Desses, 15% estabelecem algum tipo de namoro ou relacionamento, e 4% se casam e constituem família. São dados superiores do que qualquer agência de matrimônio."
Para Vasconcelos, a conversa e o contato real continuam insubstituíveis, mas o "encontro virtual" é eficiente como o primeiro passo para que ele ocorra. "As pessoas têm necessidade de buscar o encontro. A Internet facilita o vício da comunicação, que não é ruim. Muitos até aprendem a se expressar melhor escrevendo", ressalta o psicólogo.

Tavares, Júlia – Vício da comunicação – acesso em 25/06/08

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